quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Li agora...


O Eterno Marido


Muito bom de ler. Boa história, boas personagens, bom "ambiente".
Segue-se "Capitão Richard" do Sr. Dumas, e depois "O Jogador" de regresso...
Quanto mais tenho que fazer, mais vontade tenho de ler...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Li agora...


A Morte de Ivan Ilitch, Lev Tolstoi

Curto. Gostava de ter demorado mais uns dias a lê-lo... Talvez demore, outra vez.
Quase sempre gosto de ler sobre a morte, mais uma vez gostei. Talvez volte a gostar, outra vez.

sábado, 27 de novembro de 2010

Li agora...

Depois de algum tempo sem acabar um livro, embora tendo começado vários...cheguei ao fim de “O nome da rosa”. Gostei. Mas creio não ter apreciado tanto como devia…



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Magrite - The Lovers


Compreendo esta imagem, gera um turbilhão de pensamentos claros e concretos. Mas assim que há uma tentativa de traduzir o pensamento em palavras, ele desmancha-se, enrola-se sobre si mesmo, dá vários nós e engole em seco.

Assim continuamos escondidos sobre aquele lençol. Ás vezes um escondido bom, no quente do teu corpo, mas a maior parte um escondido mau, no gelo que é o teu olhar, reflectindo na pedra que é o meu coração.
E se o pano cai?

Não percebo porquê o frio.

Ele estava sentado na última fila, sozinho no fundo da sala. Recostou-se, cruzou as pernas e assim a contemplava.

Ela concentrada, prestava atenção à peça, sentia e vivia o drama na sua pele. E arrepiava-se. ouvindo um ruído lá atrás, virou-se curiosa para ver quem passava. Estranho, ninguém. Retomou o seu estado de concentração, mas não podia deixar de ouvir o ruído atrás de si, ruído de alguém que inquieto se debate na cadeira. Voltou a olhar, continuava a não estar lá ninguém. Pensou que seria lá fora, mas sabia bem que do outro lado nada havia.

Ele continuava lá, cada vez mais irrequieto, queria avançar, alcança-la, estar perto dela. Mas ela sentia-o e ele temia. Deixou-se ficar, numa transparente frustração.

Ela continuava desconfiada, e de vez em vez, lá olhava para algo que não estava lá. Entretanto a peça acabou, ela levantou-se. Primeiro para aplaudir e de seguida para encontrar no meio da multidão o caminho para a rua. Ele então aproveitou, era a tão esperada oportunidade. Chegou perto dela, olhou-a nos olhos, abraçou-a, beijou-a, sussurrou-lhe doces palavras ao ouvido, e sentiu o doce perfume que emanava do seu quente e palpitante pescoço. E ela nunca soube… Continuava envolta na multidão. Alcançou a soleira da porta, deu um passo, e ele ficou para trás, preso. Agora sozinho, continuava a senti-la. E na esperança que um fantasma não tem, esperava o seu regresso.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Hum...


My candle burns at both ends
It will not last the night;
But ah, my foes, and oh, my friends -
It gives a lovely light.

Edna St. Vincent Millay

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Probre actriz.

Depois de mais uma noite de trabalho, ela chegou a casa. À sua pequena e acolhedora casa no centro da cidade. Tirou os sapatos, e abriu as janelas. Entrou a brisa da noite, já não tão quente como outrora, mas ainda agradável e doce, abraçou-a e ela inspirou-a como se fosse um perfume de Outono. No seu antigo giros discos meteu a sua amiga Billie a girar… Hum...que prazer. Acendeu as velas que decoravam a pacata e confortável salinha. Na cozinha abriu uma garrafa, encheu o seu copo. Foi aconchegar-se no seu recanto, o sofá redondo, que acompanhava a redonda janela com vista para o parque. Aninhou-se e acendeu o cigarro… Bebericava suaves tragos do bom vinho que gentilmente lhe aquecia o corpo e alma. E levemente ia fumando o seu vicio... Escutava com saudade o som antigo que gemia do gira discos… Pobre actriz, daquele teatro de fundo de rua escura onde apenas entre quem o sabe, encontrava no seu sofá, já coçado do tempo, o maior prazer do dia. Fazer amor com a sua mente…

E entre o fumo do cigarro, a luz tremula das velas reflectida no vermelhão do vinho espelhava no vidro a sua face, pálida, mas feliz…


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Hoje foi assim…

Chegada a casa depois de uma agradável caminhada pelo jardim demasiado povoado de cachorros a tentar fazer as suas necessidades, era “hora de jantar”.
Sem muita paciência, aquece-se uma sopa, e prepara-se um simples hambúrguer.

Mas entretanto, algo surge.

Uns bocadinhos de manga, madurinha, mesmo no ponto, umas natas cremosas, salpicos de sal e pimenta…e uma pitada de caril! Deixa-se um bocadinho a cozinhar, o doce aroma da manga com o quente do caril começam a pairar pela cozinha.. hum…
Pronto, na mesa está já o prato demasiado grande para o pequeno pedaço de carne acompanhado de um montinho de brócolos. Com todo o carinho que é necessário, coloca-se o molho por cima de metade do hambúrguer, e deixa-se que encha o resto do prato, sem interferir com a pureza do brócolo. Mais umas amarelas pitadas de caril, e C'est fini!
Saboreie cada dentadinha como se fosse a última. E quando foi a última, ficou a apetecer mais… do MEU molho de manga.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A alma vivia no olhar.

O meu coração parou, mas os meus olhos estavam ainda abertos.
Um corrupio de pânico serpenteava à minha volta, percebia porquê, não era de esperar.
Mas em mim, ou no que outrora o era, apenas calma. Uma profunda e arrebatadora calma.
E nas entranhas de toda esta calma, começava a surgir algo diferente… Curiosidade. Agora que chegara ao fim desta vida, como a conhecia, o que acontecia?
Passavam já alguns minutos desde que senti o coração parar, e com ele tudo o resto, e não havia ainda paraísos, nem infernos, nem nada. Continuava o meu corpo no chão da sala, naquela bela carpete vinda da Turquia, na viagem do nosso aniversário..
E nada mais acontecia.
Vi os médicos chegar, a tentativa de reanimar o que já não existia.
"Nada a fazer."
E depois, a escuridão.
Fecharam-me os olhos, e então, a verdade...
O nada.

domingo, 29 de agosto de 2010

O meu coração é uma meretriz.

O amor foi-lhes roubado.

Era o seu vigésimo segundo aniversario.

Depois de um longo dia de trabalho era necessário aproveitar aquela fantástica noite de verão.

Chegou a casa e como sempre, tirou as sandálias e saltou para o sofá. Fazia já parte da sua vida, o velho sofá. Estava já u pouco atrasada, mas saboreou ainda mais um pouco a doce relação que tinha com o seu sofá. Depois lá se arrastou para um duche, breve, mas agradável. Era já hora de estar no restaurante mas como aniversariante, tinha desculpa. Levou assim algum tempo a arranjar-se, contemplou o seu o seu esbelto e bronzeado corpo ao espelho., pensando com o quê o adornar. Vestiu o leve e elegante vestido comprido, cheio de flores quentes, que tão bem lhe caia na pela morena e perfumada. Mais uns retoques, e saiu de casa…

Quando chegou já todos estavam sentados à mesa. Os amigos de infância, as colegas de vida recente, e o amor da sua vida. Ao lado do qual estava guardado o seu lugar. Sorridente, cumprimentou-os a todos, um por um, com um sentido beijo e um apertado abraço. Reservando para o ultimo, um beijo mais que sentido. Começaram a jantar, por entre os vapores da comida, brilhavam sorrisos, conversas e brindes

Findado o jantar, era já longe na noite. Sendo o dia seguinte dia de trabalho, cada qual se dirigiu para sua casa, após longas e apaixonadas despedias.

Mas para ela era ainda cedo. Abraçou-o e caminharam mais um pouco pela rua quente e movimentada. Havia ainda tempo para mais uns dedos de conversa, uns tragos de alegria.

Ficaram por momentos perdidos no tempo, mas o cansaço acusa, e o regresso a casa aproximava-os do táxi.

Entraram, ela aninhou-se no seu ombro, enlaçando a mão na mão. Mas rapidamente chegaram ao destino.

Abraçados subiram a pequena ruela que os separava de casa. A brisa envolvia os seus cabelos espalhando pelo ar o doce e suave aroma, ele aproximava-se, inspirava o doce ser que era ela, e com ternura envolvi a sua frágil e delicada cintura. Eles nem se apercebiam, mas na sua mente, estava já a fazer amor.

Mas, subitamente alguém subia a rua a correr, um passo nervoso e apressado. Viraram-se para ver quem seria, mas antes que o pudessem confrontar, disparou dois tiros. Pum, Pum.

Caíram os dois prostrados no chão. Primeiro ele, ela logo de seguida.