segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Probre actriz.

Depois de mais uma noite de trabalho, ela chegou a casa. À sua pequena e acolhedora casa no centro da cidade. Tirou os sapatos, e abriu as janelas. Entrou a brisa da noite, já não tão quente como outrora, mas ainda agradável e doce, abraçou-a e ela inspirou-a como se fosse um perfume de Outono. No seu antigo giros discos meteu a sua amiga Billie a girar… Hum...que prazer. Acendeu as velas que decoravam a pacata e confortável salinha. Na cozinha abriu uma garrafa, encheu o seu copo. Foi aconchegar-se no seu recanto, o sofá redondo, que acompanhava a redonda janela com vista para o parque. Aninhou-se e acendeu o cigarro… Bebericava suaves tragos do bom vinho que gentilmente lhe aquecia o corpo e alma. E levemente ia fumando o seu vicio... Escutava com saudade o som antigo que gemia do gira discos… Pobre actriz, daquele teatro de fundo de rua escura onde apenas entre quem o sabe, encontrava no seu sofá, já coçado do tempo, o maior prazer do dia. Fazer amor com a sua mente…

E entre o fumo do cigarro, a luz tremula das velas reflectida no vermelhão do vinho espelhava no vidro a sua face, pálida, mas feliz…


3 comentários:

Rubi Girão disse...

OS teus contos têm personagens sempre solitárias... auto-reflexo?*

Beijinho de Évora, da cama onde ouço a música que aqui deixaste com a gatinha dormir aos pés ;)

Adriana disse...

Auto-reflexo de noites pacatas passada sozinha, na mente de outrem.. =)

Rubi Girão disse...

hmm*